quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um Pouco de Atenção

Criança pare de tentar chamar atenção.
A adolescência e todo seu arroubo já passaram, pare de descontar suas carências descontroladamente em tudo a sua volta.
Eu sei que o mundo foi cruel com você. Mas existe muito mais sofrimento além do que conheceu. 
Acreditar que o seu é o pior dos mundos é uma má ilusão, não viva dela.
Sei que presenciou o fracasso de um relacionamento com toda sua dor e violência. Dele sentiu toda rejeição causada pela indiferença de quem deveria lhe dar amor em dobro.
Criança, agora se olhe no espelho. Seu corpo tem novas formas e aquelas marcas da agressão já cicatrizaram há muito tempo. Mas seus sonhos ainda estão ai dentro de você. 
Então se agarre a eles antes de destruí-los de vez. Sim, viva da boa ilusão.
Não culpe a ignorância por todo o mal em sua vida.
Não fume. Não beba excessivamente. Não jogue a louça contra a parede. Não rasgue a roupa de seu corpo. Não fuja para morar em uma casa velha e abandonada. Não corra. Não se jogue do carro em movimento. Não vá para um caminho sem volta. Por favor, não morra para chamar a atenção.
Não julgue quem pode ter tido um sofrimento maior que o seu, perceba que nem mesmo você consegue lidar com o amargo sofrimento. Não se humilhe fingindo sentir o que não sente só para não ser rejeitada. Não se rasteje implorando por um mísero amor.
Criança amedrontada tire o medo e a loucura de seu olhar e extermine os fantasmas do passado. Passado no qual ainda está presa. Vamos saia de agora de lá. Abandone seu apego ao velho. Já é hora de crescer e assumir os anos em que não viveu. Não viveu por estar presa. Não viveu, por seu apego aquele brinquedo que fez de o seu favorito... A dor.

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