Se eu me bastasse não
precisaria de carinho, de amor, de beijinho. Se eu me bastasse, não me
encolheria toda para caber em um abraço cada vez que perco o chão ou a razão.
Se eu me bastasse nunca usaria maquiagem para me sentir mais segura com a minha
aparência.
Mas, a verdade é que eu não
me basto. Dou risada do meu despropósito, do meu embaraço, da minha
instabilidade que pede por afago. Tenho medo de me perder em meio aos meus
desatinos e não ter outro ser humano por perto para me trazer de volta a
realidade. Tenho medo de me quebrar em mil pedaços e depois não conseguir me
juntar inteira novamente. Eu sei que se me faltar um pedacinho irá passar despercebido
porque é como quando corto o cabelo e ninguém nota. Pedacinho é pouquinho e de
pouquinho ninguém faz questão. A
única pessoa que sente falta daquele pedaço que foi cortado sou eu.
Então às vezes procuro por
acalanto em um ombro para encostar minha cabeça e chorar quando já não suporto
mais com o peso do mundo em minhas costas. Ainda que eu não goste de me
repartir, bastar a mim mesma exige que frequentemente me demostre inteira por
fora mesmo estando quebrada por dentro. Por um tempo eu aguento, por um tempo
não doí tanto se eu me permitir desabar de vez em quando.
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