sexta-feira, 20 de maio de 2011

Divagar Sempre



 Divago em pensamentos até idealizar tudo o que a convicção condena. Começo a flutuar em um espaço de possibilidades sem sair do lugar. A banalidade que tanto cansa permanece estampada nos gestos programados meticulosamente em frases gravadas na memória para responder prontamente as solicitações rotineiras.

- Sim, eu posso!

Até arrisco dizer uma palavra difícil como “Anticonstitucionalissimamente”, cruzo as pernas calmamente e apoio a mão no rosto sem que ninguém perceba os desatinos que se passam em minha fértil imaginação.

Mas, os pensamentos se agitam de tal forma que por instantes tentam escapar, querem fazer das ilusões realidade, demonstrando o principio de um riso zombeteiro causado pelo devaneio, mas logo o riso é repreendido por minha rígida seriedade e logo a aparência fria retoma a face. Porém, o irreal é fugaz e foge do lúcido viajando na imensidão da mente á expandir horizontes de incríveis descobertas, brincando de provocar o sério, enquanto fantasias alvoroçadas e sem limites, trazem sentimentos de real intensidade e meu semblante de indiferente passa á eufórico, embora a monotonia ainda reine absoluta. Ao meu lado olhares interrogativos, mas ignoram sem questionar.

Paro um instante e me levanto para olhar pela janela. Lá fora: O céu cinza, as nuvens claras, pessoas conversando sobre as trivialidades de sempre, os carros passando fazendo barulho e soltando fumaça. Volto o olhar para o trabalho, ouço barulho de máquinas e observo pessoas a realizar as mesmas atividades diárias repetidamente sem dar uma piscadela sequer, penso em como se assemelham a robôs! 

Em cima da minha mesa uma pilha de papéis denuncia o acumulo de trabalho, rapidamente lembro-me da terceira xícara de café que havia deixado de lado para tentar não fugir da realidade novamente. 

Onde eu estava mesmo?

Um comentário:

Suh disse...

Adorei!!!
Retratou muito bem nossos dias de trabalho e algumas seções de loucuras que acontecem!!!!